sábado, 21 de abril de 2012

São Patrício

Ok. Sabemos que o St. Patrick's Day já passou (Dia de São Patrício), e estamos devendo um post sobre esse magnifico Santo, então aqui temos um POST de um dos nossos parceiros sobre quem ele foi.



Vocês imaginam andar pela calçadas de Dublin e dar de cara com um homenzinho com aspecto do Gandalf do Senhor dos Anéis? Pois acredite, a Irlanda já esteve repleta de Gandalfs e não apenas no aspecto físico, mas também, com todo o aparato de mistério, bruxaria e poderes sobre a natureza. Ou seja, uma aberração para a Santa Igreja Católica do século V, foi aí que surgiu a figura de São Patrício, um jovem ex-escravo e sacerdote, incumbido de levar a doutrina Cristã para a Ilha Verde.
E tenho que confessar, Patrício, foi o cara. Com muito jogo de cintura, paciência e um pezinho na bruxaria (pelo menos é o que contam muitas lendas irlandesas), ele bravamente mudou a crença do povo da época.
Reza a lenda que ele tambem botou para correr todas as serpentes da Ilha da Esmeralda. As serpentes foram usadas apenas como uma metáfora para que o povo daquela época (Druidas), compreendessem que os ritos pagãos e todas as coisas que a fé católica colocava como pecado deveria ser banidas da ilha. Bom, funcionou. Não existe Irlandês que não acredite na história, além do que, até onde sei, nunca se teve notícia de nenhuma cobra com cidadania irlandesa.

Sai o paganismo Druida e entra a fé cristã introduzida por São Patrício. Imagens: Reprodução
São Patrício foi um diplomata do seu tempo. Ao contrário do que acontecia no resto da Europa, onde a fé católica era imposta pelo Império Romano e muitas vezes com apelo de guerra, Patrício foi muito mais esperto. Ficou íntimo do que os Druidas acreditavam e aos poucos foi misturando elementos da fé cristã na cultura local, quer um exemplo? O trevo, quer elemento mais irlandês que esse? Ou você acha que essa foi uma invenção do Patrício? Nada, o povo pagão na cultura Celta já acreditava no conceito da trindade, só que para eles a representação era de corpo, alma e mente.
O Santo apenas “adaptou” algo que já existia e passou a doutrinar os Druidas usando o trevo (Shamrocks), para explicar a Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). Nem precisa dizer que, o que era bom ficou ainda melhor não é? Trino e Santo, pronto, era o que o povo precisava para simpatizar com fé cristã.
Ai você deve estar se perguntando, ok, São Patrício foi um santo e tanto, saiu da condição de escravo fugido e se tornou a figura mais importante da Irlanda, embutiu o catolicismo numa sociedade 100% pagã, mas o que tudo isso tem a ver com a farra que se comemora no seu dia? Não era para ser uma celebração religiosa? Na verdade é, não é à toa que São Patrício é venerado em outros países e os irlandeses matêm o costume de ir a missa para pedir pelos missionários de todo o mundo, só que, de 461 d.C (pensa), até os dias de hoje muita coisa aconteceu nessa terra de vales verdes.
A tradicional St. Patrick´s Day Parade se popularizou por paises como Estados Unidos, Canadá, Austrália e até Russia.

Fotos: St. Patrick Parade  2011 – Ávany França
Vamos aos fatos. Primeira coisa, o dia 17 de março, é na verdade o dia em que São Patrício teria morrido (assim como os dados de seu nascimento, tudo é muito incerto). E como patrono da Irlanda, muitas coisas relacionadas à ele são ovacionadas pelos irlandeses, o trevo, o verde, além de março ser o período de se saudar a primavera que está chegando (ou seja, época de renovação em todos os sentidos). Todas essas simbologias acompanharam os nativos pelo mundo afora.
Aliás, já contamos aqui sobre um dos períodos mais difíceis da Irlanda, The Great Irish Famine, quando os irlandeses abandonaram a ilha para fugir da fome que alastrava o país. Eles imigraram e carregaram consigo a fé cristã e todas as simbologias associadas a São Patrício, inclusive a festa. A cada mês de março, no dia de São Patrício era a oportunidade máxima de gritar aos quatro cantos o orgulho de ser Irlandês. Imagine você o que isso não representava. Os irlandeses saiam às ruas vestidos de verde e celebrando o St. Patrick´s Day. A culinária, a música, a dança, e claro, a bebida, fechavam o pacote, ah e o detalhe, a alegria dos irlandeses era tanta que eles disseminaram a ideia que no dia de São Patrício, todos viram irlandeses. Daí, para virar carnaval, ou melhor, Parada, foi um pulo só. E assim, chegamos a comemoração que conhecemos hoje.
Na América, Canada e Austrália, onde há muitos imigrantes irlandeses o Dia de São Patrick´s é comemorado oficialmente, com direito a decoração nas escolas e até os córregos e rios costumam ganhar o tom verde irlandês. O resto do mundo entrou na dança e assim como acontece no Brasil, os pubs costumam organizar programação especial no mês de março, em homenagem ao patrono irlandês. E já que é para virar irlandês que seja em grande estilo. Com muitas pints de Guinness, decorado de trevo, de duende, ahh e outro quesito fundamental, use algo na cor verde, dizem por aí que aquele que não seguir a tradição pode voltar para casa com algumas marcas de beliscão. Eu não pagarei para ver :) .
E para quem quer conhecer mais sobre St. Patrick e sobre a história irlandesa segue duas recomendações: A short History of The Irish People, by Mary Hayden, MA and George A. Moonan/  A Traveller´s History of Ireland, by Peter Neville

FONTE http://www.e-dublin.com.br/2012/03/entenda-quem-foi-sao-patricio.htm 

quarta-feira, 18 de abril de 2012

TESCO, nosso melhor amigo

Viemos para Dublin cientes da forma mais barata para se alimentar, o Supermercado Tesco.
Porem, cidade desconhecida, desenvolvida, enfim, a capital do pais, que por menos que seja pequena, "e' grande" para quem veio do interior de Minas Gerais.

Como a aula termina as 12:45, e na família hospedeira não se tinha almoço, tínhamos que comer na rua, ate porque o trajeto da escola pra casa era em torno de uma hora e meia...o que fazia com que agente tivesse a refeição ainda mais fora de hora. Então, a promoção do SubWay e Burguer King era considerada por nos a salvação, ate nos sabermos que que o que gastávamos com dois "almoços" era o que geralmente se gasta em duas ou mais semanas de feira para "comida" de verdade. Porem, não se tinha a possibilidade de estar cozinhando na casa de família, ate pelo fato de ser meio constrangedor você estar na casa de alguém, e cozinhar para você, sua própria comida. Consequentemente, foram duas semanas de almoços "empurrados".
Mudando de moradia, era a hora de se virar, comprar e cozinhar nossa própria comida, o que de inicio parece ser ruim, o que de fato e' bem melhor,pois alem de podermos comer a comida brasileira,bem temperada, com sal(raramente se usa o sal aqui),do jeito que gostamos, não precisávamos estar almoçando fora e nem nos privarmos de comer o que queríamos, na hora que sentíssemos vontade.
A feira e' basicamente produtos TESCO, o que alem de mais barato, consideramos ser de boa qualidade.
Nao podemos dizer por todos os brasileiros, mas creio que o Supermercado TESCO realmente e a salvação da maioria dos que estão aqui, ate pelo fato de que enquanto se faz compras por la, sempre se tomba com um brasileiro, ou vê uma galera de "brazukas" fazendo a farra nos produtos TESCO.



terça-feira, 17 de abril de 2012

MORADIA vs CULTURA vs BRASILEIROS

A maioria das pessoas que conversamos nos perguntaram sobre a cultura Irlandesa, como e do jeito deles agirem, se são receptivos, pessoas amigáveis educados.. confesso, acho que isso e relativo em qualquer parte do mundo, em qualquer pais, Moramos em casas diferentes, uma do lado da outra, cada um em uma família de Irlandeses... Casas tao pertas, cultura do mesmo fundamento e pessoas tao diferentes. A hospedeira do Lucas Ferro, era como se diz, aquela " MAEZONA ", que preocupa com alimentação, documentação e adaptação no pais. Uma casa de senhores adoráveis, aquelas pessoas bem receptivas e cativantes, ate fugindo um pouco das suas funções de hospedeiros e indo mais pro lado humano, familiar, fazendo com que o Lucas se sentisse mais " em casa ". Ja na casa do Elson, a casa colada ao lado, a sua hospedeira era uma pessoa 100% profissional, não fazia nada alem da obrigação. Cedia um quarto em sua casa + cafe da manha + janta. E O QUE SE TEM DIREITO. Então, não se pode vir com a esperança de que eles vão ser a sua FAMÍLIA, que vão gostar de você ao ponto de querer ter voce na casa deles só pelo fato de terem gostado de ti. Pode acontecer, mas e muito difícil, ate porque alguns deles hospedam estrangeiros como forma de sustentar as despesas da casa, ou simplesmente de um dinheiro extra, coisa realmente profissional.
Escolhemos a casa de família com um pouco dessa esperança, e pelo fato de ter contato com a língua e deles poderem ajudar em alguma coisa " fora pacote de hospedagem ", porem acaba que a casa de família HOST FAMILY tem suas desvantagens, pois acaba que aqui de inicio você precisa do contato brasileiro. Sao eles que no poderam te ajudar, te indicar algum emprego, e dar as dicas do que se fazer, afinal, eles ja passaram pela mesma coisa que você, não sua "FAMÍLIA" hospedeira. E ao mesmo tempo que alguns te ajudaram, vai ter o dobro tentando passar por cima, tentando ganhar a vida aqui de varias formas, afinal são mais de 15.000 brasileiros desembarcando aqui todo ano, aqui e si por si, ou cada um por si e Deus por todos, então confie desconfiando, mas de valor a amizade brasileira quando você achar uma que vale apena pois são poucos. Apenas tome cuidado para que isso não interfira no aprendizado do inglês. Mas se você tiver dinheiro para se manter, ou tiver a possibilidade de seus pais te mandarem dinheiro para você se manter aqui sem trabalho, não corra atras de brasileiros como nos. De acordo com o LUCAS FERRO o motivo do nosso inglês, não estar em um nível mais alto, e o grande tempo que passamos em contato brasileiro, não e desprezando a nossa cultura ou a língua, mas pare para pensar você esta fazendo um investimento alto para aprender inglês, não tem motivos para você ficar em contato português, ate porque um dos objetivos do intercambio e o aprendizado sobre a cultura local. O Elson concorda parcialmente com essa tese.
Sei que não devemos pensar muito nisso, afinal, temos muito tempo pela frente e muito o que aproveitar. Mas também devemos ser realistas, pois nao podemos nos dar o luxo de nossos pais ficarem nos sustendo aqui, ate porque esse não foi o combinado.
Contando a nossa historia também estamos tentando ajudar futuros intercambistas.
Abracos dos roedores de pequi =)

sábado, 14 de abril de 2012

Bem como já falamos anteriormente, nossos primeiros dias não foram "mar de rosas", mas como disse uma vez um sábio amigo (Flokin) "Tudo são fases, e em cada uma delas você tira uma licão", não sabemos porque, mas essa frase se encaixou perfeitamente na nossa vida aqui, assim como um dia após o outro tiramos licões, talvez acho que agora estejamos na melhor fase  da vida do intercambista, ou talvez em uma "dog life" :p. Viajando, conhecendo muita gente, fazendo grandes amigos,  que vem e vão. Muuuito comum aqui na Europa as pessoas passarem por sua vida, e marcarem mas terem que ir embora talvez porque o curso de ingles acabou ou apareceu uma oportunidade irrecusável em outro país, é chato, mas é a realidade. Claaaaaro que temos grandes momentos com essas pessoas, é onde queriamos chegar nesse  post. 
Entramos nessa fase "de cabeca", sao grandes farras, porque o tempo é curto tanto para nós quanto para nossos amigos. Ao contrario do Brasil, a cultura aqui para farras é meio diferente, não sei se é porque não vivemos a ERA da faculdade, mas aqui é assim: tudo é motivo de farra, ja pulblica logo no face e vai quem quer e leva quem quiser, mas não pensa que a galera é rica nao, porque intercambistas são tudo quebrado, cada um leva sua bebida e deixa o pau quebrar, pois o que vale é o momento. São coisas simples com momentos inesquecíves, e as vezes com fotos que precisam ser "secretas".